domingo, 25 de janeiro de 2009

Merriweather Post Pavilion

O disco novo do Animal Colective, lançado esse ano, "Merriweather Post Pavilion", é tudo que se esperava e um pouco mais. Experimentalismo, riqueza de influências e texturas bem construidas são os pontos fortes desse disco (assim como nos discos passados da banda). Quem se impressionou com a obra prima de 2007, Strawberry Jam, não tem motivos pra se decepcionar com o disco novo, que está pelo menos quase tão bom quanto.

Animal Colective - Merriweather Post Pavilion






Pra quem não conhece: Animal Colective é uma banda de "rock experimental" originária da cidade de Baltimore, USA. As influências são tantas, e a originalidade tamanha, que fica difícil definir o som da banda.

Faça o download do disco novo clicando na imagem ou clicando aqui: download

domingo, 11 de janeiro de 2009

Franz Ferdinand. Pra começar o ano bem.

Franz Ferdinand é sem dúvida uma das bandas mais talentosas de toda essa turma de bandas novas. O disco novo, assim como os dois anteriores, dispensa apresentações e comentários. Ótimo disco pra se começar o ano!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Rock

Tell me baby: can you do the twist?

Tédio. Denso como pedra e escuro como o frio.

We´re gonna rock this town, rock it inside out!

Depressivamente agitado.

Twist and shout.

Sem twist, e o grito é pura falta do que fazer.

...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

I Wanna do Real Bad Things To You.

Mesas de sinuca, cerveja quente e barata. Motoqueiros mal encarados apostando dinheiro em um jogo de dardos, garçonetes peitudas de mini saia. Muita fumaça, brigas e red-necks comendo o prato do dia.

É em um bar assim, beira de estrada americana, que imagino Jace Everett tocando na jukebox.



Country, blues, folk e rock, influenciado por músicas da época em que ainda existia lugar pra masculinidade no mundo. Finíssimo, descendente direto de caras como Waylon Jennings e Willie Nelson. E essa música tem a melhor cantada da história: "I wanna do real bad things to you."

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ciência do homem

Uma coisa que muito me irrita na vida é a adoração que pessoas tem por certas idéias, títulos ou conceitos. Atualmente tem me irritado muito, cada vez mais, o apego patético que os colegas de academia sentem pela palavra "ciência".

Todo mundo quer ser cientista. Eu até entendo como isso começou, afinal de contas, quando inventaram as "ciências humanas", se chamar de cientista era o gás da Coca Cola, por que todo mundo achava ciência uma coisa legal pra caramba, e pra ganhar respeito na acadêmia todo mundo tinha que fingir que se utililizava do "método científico" (seja lá que método é esse). Ai ficou métodologia pra ca, cientificismo pra lá, e assim foi indo. 

Mas hoje em dia ninguém mais acha graça em cientista, daí me causa uma preguiça bovina essa mania que recorre nas universidades do mundo inteiro de classificar uma idéia como melhor ou pior de acordo com o "grau de cientificismo dela" (que por si só já é um conceito bizarro).

Longe de mim propor o abandono ao método, qualquer que seja. Longe de mim querer invalidar qualquer forma de construção de qualquer tipo de conhecimento, só o que acho denso e até mesmo pueril, é essa idéia provinciana de que se alguma idéia foi gerada fora dos "moldes científicos" ela é menos aceitável na academia.

Discutindo recentemente, com um pessoal da antroplogia (que sinceramente tem sido o melhor pessoal pra se discutir), uma senhora muito respeitada, em meio ao seu discurso, disse alguma coisa do tipo "eu até achei as idéias do texto muito interessantes, parece pertinente, mas não foi demonstrado nenhum rigor científico da produção do texto, então não trouxe aqui para o debate" Sendo até meio chato, e um pouco agressivo (que novidade, né?), levantei a mão e perguntei: "e daí?"  Sem dar tempo pra resposta, comecei a explicar que o conhecimento moderno não é formado apenas de conclusões extraídas de processos científicos, e que afirmar uma bobagem desse tamanho é a mesma coisa que afirmar que a obra do Shakespeare exerce influência menor no pensamendo humano do que a obra de Newton, por exemplo.

Se a ciência não da conta das questões humanas, não são as questões que devem ser reformuladas, mas o método é que deve ser modificado. É burro tentar tratar de questões conteporâneas com métodos ultrapassadas. 

Se o método científico funciona, use-o, se não quiser usa-lo, use outro! Use o que achar melhor. Se as idéias forem boas, se o texto for pertinente, pouco importa como foi feito. E se algum cientista quiser usar o método deles pra provar que o conteúdo do texto não pode ser considerado correto, ótimo. Só o que não da mais é ver esse tanto de pretenso intelectual, filhos da excrecência arcaica do pensamento moderno, tirar o mérito de obras simplesmente por não apresentarem um método com o qual seus cérebros limitados dão conta de aprender.

Não faz a menor diferença a maneira que um texto foi construido se ele de fato influencia a organização social. O ambiente acadêmico já é suficientemente denso e limitado para que se limite mais ainda. Qualquer filósofo conteporâneo, minimanente lúcido, já entendeu que não são nem mais as respostas que estão mudando, mas são as próprias perguntas que não fazem mais sentido. Em uma época onde o conhecimento depende muito mais da relação entre os conceitos criados pela linguagem, é patético usar como argumento o jargão: "ah, mas isso não é científico."

Se se pode dizer que o papel da universidade é a criação de um conhecimento, dentro de um determinado universo ontológico, é ridículo acreditar que o mesmo método usado pela filosofia política há 200 anos atrás ainda deve ser o único a ser aceito hoje.

É por causa dessa e outras pataquadas que o estudante universitário ainda está se perguntando "qual o argumento de validade da norma" ou "quais as condições idéias de discurso".

Se vocês pararem de tomar rivotril e abrirem os olhos vão ver que não são só as respostas que mudaram, mas as perguntas também.

Então, por favor, PAREM DE ENCHER O MEU SACO falando de método científico, e PAREM DE BRINCAR DE INTELECTUAL. Parem de repetir o que escutam dos seus orientadores, por que eles, por sua vez, tem o costume de repetir o que ouviram de seus orientadores. 

Duzentos anos depois, só o que vocês estão fazendo é confirmar o que sinto há um tempo: acadêmico serve mesmo é pra beber cerveja em boteco.

E vai ser uma puta cerveja chata dos infernos se alguém começar a falar de filosofia. 

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Mixtape: Nos Tempos da Malandragem.

Admito que terminei meio nas coxas, afinal de contas malandro não gosta de trabalhar.

Mixtape de músicas dos malandros de outrora. Gente que veio ao mundo a passeio mas deu muitro trabalho antes de ir embora!


Nos tempos da Malandragem (31min-27seg):


Taí, pra quem quiser ouvir. Só clicar na imagem, ou clicar aqui!

sábado, 1 de novembro de 2008

Música e Letra.

O corona foi acusado, com real justeza, de ter aos poucos se tornado um blog inativo. Acusado por este que ora escreve (ora ou hora?), diga-se de passagem, e que engole avinagrado uma parcela de culpa de tal inatividade. Parcela completa, digamos, vez que é atualmente o único autor listado ali à direita, e talvez o grande culpado da diáspora dos segunda-ferisitas que o acompanhavam. Assim sendo cai como chuva em seus ombros a responsabilidade de, se possível, reativa-lo e, sendo possível, colocar de vez a pedra que marca o fim de uma publicação virtual.

A segunda opção é sem dúvida apetitosamente mais fácil, mas o autor já confidenciou que sente um estranho apego emocional a esse espaço virtual, e como uma mãe que ainda luta pelo filho morto, fecha os olhos à dura realidade da impossibilidade de sobrevivência.

E não só por ele. Na verdade, dos textos que aqui ainda vivem, os dele são os que menos o importam. São os textos dos demais autores - alguns deles geniais, outros apenas mediocres, e alguns ainda baixo da média - que o fazem continuar tentando dar sopros e socos de vida ao blog.
Em primeiro lugar por que para que um texto seja apagado é de bom tom que o seu próprio autor aperte o botão da ultima facada, e em segundo lugar por que os textos, assim como todo o corona, trazem memórias que seu derradeiro autor quer preservar. Memórias de uma bela fase na vida de jovens adultos, amigos entre si, escrevendo sobre seus livros, discos, suas dores e dessabores. Entre amigos. Bons e saudosos amigos. Não ousa, o autor, matar essas lembranças.

Sim, esse ultimo é um motivo egoista.

E é por isso que vai haver mais uma (ou várias) ultima tentativa.

O que o derradeiro autor escreva sobre música com cada vez mais frequência, vez que isso resume 90% da matéria que sua análise consciência percebem como alimento, mas não quer o auto transormar o Corona em um blog de resenha de discos. Eis o que fará, então:

Dia sim dia não, começando amanhã, postará um conto inspirado em uma de suas 20 bandas DE ROCK prediletas. Mais que inspirado, o texto e a banda deverão fazer sentido entre si, e o texto será escrito durante a audição de um dos discos da banda.

Mas não será um texto sobre o disco, uma crítica ou uma resenha. Serão contos fictícios nos quais os discos nem serão mencionados. A idéia é transpor aos textos a "zeitgeist" das bandas selecionadas. Ao final dos textos, serão disponibilizado os discos ouvidos pelo autor durante o processo de crianção do conto.

Conhecendo o autor como todos conhecemos, vamos fazer de vez a lista pela qual deverá se debruçar, pois sabemos que caso contrário era mudaria cada vez que acordasse e mais umas duas vezes antes de dormir.

Sendo assim, aí vai, serão apenas bandas de Rock dessa vez. E talvez não sejam as melhores, mas são suas preferidas, e o motivo disso só poderemos entender uma vez começado os textos, que seguirão da ordem, mas serão absolutamente pessoais, e talvez farão sentido para muito poucos.

1- Sonic Youth



2- Pixies
2- Velvet Underground
2- Nirvana

3- David Bowie

4- Beatles
4- Minuteman
4- The Stooges
4- Kinks
4-Clash
4- The Sonics

5- My Bloody Valentine
5- James Chance and The Contortions

6- The Jesus and Mary Chain
6- Ramones

7- Detroit Cobras
7- Beat Happening
7- The Bellrays
8- Rage Against The Machine
8- Portishead

Amanhã o esforço começa!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Top 10 motivos da insônia.

Achei que talvez fosse interessante enumerar os motivos da minha insônia, as razões pelas quais hoje em dia não consigo mais dormir como uma pessoa normal. Preste atenção no verbo "achei", pois não é estilo literário, é que eu realmente parei de achar que isso seria interessante há mais ou menos quarenta e cinco minutos atrás, e só vou fazê-lo por que nesses quarenta e cinco minutos eu fiz tudo de minimamente interessante que restava para fazer nessa noite sem sono.

Fora de ordem:

1- Eu tinha muito medo de fantasmas quando era pequeno, e costumava ficar "vigiando" a porta do quarto. Achava que caso algum fantasma entrasse por ela eu poderia gritar pelo meu pai antes que ele conseguisse puxar o meu pé (o fantasma, não o meu pai).

2- Nunca entrou nenhum fantasma no meu quarto quando eu era pequeno. As expectativas foram só aumentando.

3- ICQ. Não existia internet a cabo na época. Quem tem entre 18 e 33 anos definitivamente sabe o que isso quer dizer.

4- Fluoxetina. Novamente, quem tem entre 18 e 33 anos também sabe muito bem o que isso quer dizer.

5- Eu tenho entre 18 e 33 anos. Pra falar a verdade, eu tenho a medida quase exata entre 18 e 33 anos.

6- Nicotina.

7- Uma incrível facilidade para desistir das coisas. Desisto de dormir quando parece difícil, do mesmo jeito que desisti de ser astronauta, jogador de futebol, piloto de Formula 1. Desisto todos os dias dos planos que faço nas noites que não durmo, como começar um regime ou parar de fumar. Nesse caso eu não sei dizer bem o que veio antes. Eu gostaria de sabe se todo insône é um desistente nato, e se ele tem insônia por que desiste de dormir ou se, na verdade, ele tem o costume de desistir das coisas por que passa o dia inteiro muito cansado.

8- Uma estranha fixação por tetos. Eu realmente gosto de ficar olhando pro teto, especialmente o do meu quarto e das minhas antigas salas de aula.

9- Acho cool ter insônia. Nos filmes e livros que eu costumo ler as pessoas legais sempre tem o costume de ter insônia. É recorrente também, entre pessoas de 18 a 33 anos, conversas sobre medicamentos e terapias contra insônia e depressão. Tenho até uns amigos que morrem de inveja, por que dormem muito bem, estão sempre felizes e descansados, mas durante a noite ficam de fora do assunto.

10- Eu ainda morro de medo de fantasmas. Só não fico mais olhando pra porta por que eu sei que se gritar ninguém chega em tempo. Hoje em dia prefiro olhar para o teto e fingir que não tenho medo de nada.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Vive La Fetê - Belo Horizonte/Brasil 2008

Não tinha altas expectativas, mas ainda assim foi decepcionante. Logo de cara, nos primeiros dez minutos de show, queimaram as três melhores músicas: Vivê La Fetê, Hot Shot (que na minha opinião é a única música REALMENTE boa da banda) e La Verite. (se não me engano foram as três primeiras músicas do show). E a banda não é suficientemente consistente pra segurar um show de uma hora e meia. É o tipo de banda que a gente fica esperando passar aquele longo e maçante intervalo entre um hit e outro, e como não tinha mais hit pra tocar, nem fazia sentido continuar naquele ambiente ruim que foi a Roxy hoje. Exageradamente cheio, e 99% do público eram pessoas estranhas e bem penteadas, que pareciam nunca nem ter ouvido falar na banda.
 
A mocinha tem uma boa presença de palco, o resto da banda também. Disso eu tenho que admitir que gostei. Seria um bom show se tivessem tomado cuidado com o set list. A vocalista é uma senhora de quase quarenta anos lindíssima e super animada, e com uma voz deliciosa mesmo durante o show, mas acho que foi tão mal pensado e arquitetado o set list que isso não foi o bastante pra convencer.  


Não chegou a ser horrível, mas de zero a dez, dou nota quatro. E isso por que estou numa semana de bom humor e sendo bonzinho com a banda.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Descendents - Milo Goes To College

Milo Goes To College é o pirmeiro álbum da banda punk californiana Descendents, lançado um ano após o FAT EP. Se o tal EP era uma disparada de 6 músicas em 6 minutos, Milo Goes To College já apresenta algumas das características que fariam da banda uma das mais respeitadas na cena punk da costa oeste americana: músicas um tanto mais melódicas, letras rebeldes com uma proposital inocência juvenil (caso de "Parents" e "Suburban Home"), e ao mesmo tempo pavimentando o caminho para que nerds de futuras gerações (alguém pensou em Weezer?) tivessem o seu espaço garantido no rock (vide as letras de "I'm Not A Loser" e "Hope").





Em resumo, é uma das bandas mais legais de todos os tempos, e aqui vai a música que eu mais gosto deste álbum:


Hope - Descendents

Texto de autoria do ex-Corona Tulio Borges, retirado na integra do ultimo News Letter Mary in Hell.


O site Pirate Bay oferece o download do disco na integra, via torrent. Clique na imagem da capa para fazer o download