segunda-feira, 29 de outubro de 2007

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Forum das Letras de Ouro Preto

Antes de mais nada, não chamem de FLOP. O pessoal da assessoria de impressa fica puto.

Parece que essa é a terceira edição, e vem algumas coisas bem atraentes. Acho uma boa opção pro feriado, primeiro por ser em Ouro Preto, uma cidade bonitinha e fria com muitas pousadas, hoteis e restaurantes legais, além de festinhas divertidas e pessoas interessantes; Segundo por que a programação desse ano de fato oferece algumas mesas interessantes. Até agora o que mais me chamou atenção foi um forum chamado: "O ensaio com recursos ficcionais: como tornar literário um personagem real?" A moça que o apresenta se chama Laure Adler, e acabou de lançar um livro sobre a vida da Hannah Arendt. Ta certo que deviam ter convidado o Newton Bignotto pra debater com ela, ou então essa moça que também vai estar no forum, chamada Hebe Rola (nunca tinha ouvido falar, mas achei o nome engraçadíssimo).

Eu vou deixar pra criticar depois do evento. Positiva ou negativamente. No o momento eu só queria mesmo fazer propaganda e convidar os leitores e autores do Blog pra um rolé legal.

Forum das Letras


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terça-feira, 23 de outubro de 2007

mais incrível que porcos que brilham



eu acho pelo menos.

então.

eu tinha escrito um post ENORME falando de como eu fiquei feliz de ter achado essas músicas e como eu sou devota do jeff buckley e como existem músicas que mudam a vida da gente e blablabla. mas eu apaguei o post enorme, desnecessário. quem quiser, baixe, quem não quiser, não o faça. ah, isso é uma demo tape que um cara achou no lixo. fim

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

este texto não e sobre tropa de elite.

Desde o começo do semestre eu fiquei ouvindo falar sobre "Tropa de Elite". A princípio eu não queria ver, pensava: "mais um 'Cidade de Deus', ou pior, 'Carandiru', eca, to fora!". Mas as conversas sobre o filme foram se tornando mais e mais freqüentes, e-mails circulando, matérias nas TVs e nos jornais, posts em blogs (shshsh), manifestações contra e a favor, não consegui ficar de fora. Vi o maldito filme.

A última vez que vi tamanha comoção foi quando estreou "Paixão de Cristo". Ora, lembro até do nosso Leão de Judá paranaense, Inri Cristo, indo até o programa do Ratinho pra avisar ao Brasil que o filme era meio exagerado, que Ele não havia sofrido tanto. Ah, e aproveitou pra dizer que sinuca é um ótimo esporte, exercita o corpo e a mente.

Pois bem, assim como na época do filme do Gibson, eu pensava em ver película e depois comentar num blog, deixando meus dois centavos sobre o assunto. Só que na época o blog era o Pedante, e hoje é o Corona... O tempo muda as coisas, sim...

Pois bem, assim como na época do Pedante, mudei de idéia e resolvi não dizer nada. Já existem muitos textos por aí, na net e fora dela, sobre o assunto. Tem o do Barbi aí em baixo que tá bem legal, acho que o mundo não precisa de mais tinta sobre esse filme que nem é tão violento, nem tão revoltante, nem tão ruim, nem tão bom assim.

Preferia pensar sobre como surgem fenômenos como esses filmes, como a ovelha Dolly, como os Jogos Pan-Americanos no Rio, como a Katilce... Como é que certas coisas de uma hora pra outra viram conversa obrigatória em tudo quanto é canto, ao passo que outras coisas muito similares passam completamente despercebidas: filmes possivelmente mais polêmicos, descobertas científicas espantosas (como os porcos que brilham, ou bactérias marcianas), Copa América, ou outras cobaias mais engraçadas da internet.

Não adianta vir falar que é a Rede Globo e blábláblá, Tropa de Elite e Katilce, p. ex., tiveram pouco ou nada a ver com a grande mídia. São fenômenos comunicativos muito mais complexos, ao meu ver bem distantes do modelo audiência-inocente-é-manipulada-pelo-capitalismo-todo-poderoso. São modos de expansão das palavras e das idéias pela imitação e diferenciação no tète-à-tète, boca-a-boca ou peer-to-peer que parecem escapar de qualquer forma de explicação lógica. A não ser via teoria do caos. Tipo metereologia: se um bater de asas de borboleta no Sudão provoca uma tempestade na China, talvez uma conversa num boteco da Afonso Pena possa ocasionar uma avalanche de scraps num myspace gringo que nenhum brasileiro jamais visitou.

Bueno, não vou conseguir desenvolver mais o assunto. Só sei que ultimamente ando com mais vontade de escrever sobre assuntos potencialmente polêmicos que não estão sendo discutidos por aí do que sobre assuntos em ebulição. Deve ser medo/preguiça de entrar em qualquer tipo de discussão séria.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

you know there's dog people and cat people

- eu acho que eu não consegui me concentrar realmente em alguma coisa desde então percebi isso hoje
- e você acha isso muito ruim?
- um pouco. acho ruim ficar desmotivada sabe quando é pra fazer as coisas que eu gosto, que eu acho importante sei lá. acho que eu não sei mais olhar pras coisas direito
- mas é preguiça ou medo, algum tipo de medo sei lá
- preguiça&medo
- eu sempre falo as coisas mais erradas sempre o tempo todo
- acho que você ta sendo injusta. possivelmente você fala as coisas certas... só que pras pessoas erradas.
- sei lá se existe alguma justificativa pra essa incompetência eu que devia saber dela
- se te conforta um pouco, eu faço a mesma coisa. tipo, todo dia. com alguém.
- eu sei
- eu
- eu gostei desse ‘eu’. pareceu uma pausa. algo que eu por acaso eu faço muito bem.
- sim, você faz.
- eu faço umas coisas... onde eu penso que eu sei exatamente o que você está falando mas na verdade eu não sei, eu só suspeito. e eu não pergunto pra você, sobrariam palavras né? seria muito.
- eu sei que você faz e eu não explico pela mesma razão.
- isso é estranho. a gente é estranho.
- eu não devia me esforçar tanto e querer tanto entender as pessoas. ISSO é muito assustador. me deixa enjoada às vezes
- quer saber de uma coisa? eu tenho meio medo de toque. sabe, contato físico e tal. de certa forma.
- eu sei
- é?
- aquele dia em que a gente tava voltando. eu estava tão cansada e você estava dormindo encostado na janela e eu queria muito deitar no seu colo e dormir mas eu não deitei por isso
- você poderia ter deitado.
- sim, eu poderia
- vou deixar mais claro. eu me assusto com pessoas que eu não conheço encostando em mim.
- eu gosto do toque
- ou pessoas que eu conheço e não gosto muito.
- eu adoro eu gosto até quando eu entrego dinheiro à alguém sei lá pagando qualquer coisa e sem querer as mãos se encostam. nem me importa quem é
- eu detesto encostar em alguém que eu desprezo.
- sim
- sabe quando você vai entregar o copo à alguém e a pessoa pega o copo e te toca?
- hum?
- os dedos da pessoa vão se sobrepor aos seus e você tem que tomar cuidado e ter certeza que a pessoa está segurando firme antes de soltar senão o copo vai cair?
- você é engraçado
- isso acontece comigo mais do que deveria. e também não gosto quando a minha mãe vai me passar o telefone e acontece isso.
- agora tá pesado
- nem é porque eu não gosto dela.
- a minha mãe estraga as coisas um pouco pra mim também
- eu tenho medo de acabar igual a ela.
- eu tenho medo da diferença.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Por que as coisas são o que são

É bizarro. Existe toda uma pressão social clamando por mudanças. Tudo precisa mudar: o governo, a moral, a sociedade e até mesmo os porcos, e as vezes a gente sente que não está fazendo a nossa parte. Eu não faço grandes revoluções, eu não falo mais sobre grandes revoluções e as vezes eu nem sei se eu quero mesmo que aconteça uma grande revolução.
As vezes eu tenho a nítida impressão que quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam exatamente iguais eram antes. Acho que o mundo sempre foi cheio de jovens cabeludos e barulhentos e de velhos gordos e resignados. É claro que também existem velhos cabeludos e barulhentos, assim como jovens gordos e resignados, mas em geral é ao contrário.


[des]caminhos para todos os lados. não adianta olhar pra trás. lagrimas são sempre transparentes, sangue é sempre vermelho e os tons são sempre pasteis. é de bom hábito não fumar, e de mau hábito não escovar os dentes. you´re not free to decide my dear, thats just the way que as coisas são. a dor que doi, o frio que esfria, o calor que queima, a fome que mata, a pressa que corre e a pele que sente.


Acho que eu cansei de fazer barulho. Quero, no máximo, um porco que brilha no escuro.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tropa de Elite Facts

“Ó o presunto!”

Eu tava errado. No Tropa de Elite não tem Rambo, mas sobra Jack Bauer. A ONG, os universitários, a aula de sociologia, tudo muito caricato, 0 ou 1, mas é a visão dos PMs sobre a realidade. É legal humanizar os caras, sentar o dedo na ferida de todo maconheiro e ainda pagar lição de moral pra sociedade em geral. Mas fala aí, é isso? Quem aplaudiu as atitudes dos policiais tem problema - na cabeça ou no cólon. Porque tudo isso aí em cima tá bem pequeno em relação ao que o filme esfrega na cara de todo mundo: pro cara virar PM de verdade tem que meter tapa e saco plástico na mulher do traficante, querer enfiar cabo de vassoura no c* de vapor ou executar nego com um tiro de dozão na cara.

É, os caras fazem isso pra eu e você dormirmos em paz.

Será? Um dia, o fogo cruzado vai chegar até aí na sua porta. Se é que já não tá.

Eu fui no lançamento do Elite da Tropa aqui em Belo Horizonte. Os caras falaram por alguns minutos de como foi escrever o livro e da experiência de servir no BOPE. Um deles, por sinal o que saiu, não acredita mais na PM do Rio e acha que ela tem que ser extinta.

“Essa é da boa. Safra Roche® legítima de 1998.”

Usuário financia o tráfico, é fato. Então galera eu tenho a solução perfeita pra consciência de vocês e é mais tranquila do que legalizar, como sugere o Bressane: financiem a indústria farmacêutica. Ao invés de irem ao morro buscar um pó ou um brau, corram na farmácia e peçam uma tarja vermelha ou preta. Vai de ritalina? Vai de diazepam? Codeína? Benflogin? Se você for da paz tem um prozac esperto também. E se quiser efedrina é só dar um pulinho na loja de suplemento pra maromba. Qualquer uma te vende um potão por cinquentinha.

As drogas estão por aí desde os primórdios, e não vão sumir nem quando matarem todos os traficantes. O ser humano precisa delas. Lícitas ou ilícitas. Medicinais ou recreativas. A proibição é cultural, é política, é uma desculpa pra cambada ganhar votos prometendo o que não pode cumprir e ignorar o problema monumental de saúde causado pela dependência química - sejam da farmácia ou do morro. Em tempo: o Brasil já lidera o ranking no consumo de anfetaminas. Antes isso, ao menos todo mundo vai ficar magrinho.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

sem adjetivos.

[...]
- E você cara, o que você anda ouvindo?
- Olha, essa semana eu redescobri aquela banda, The Replacements. Tenho ouvido bastante a coletânea deles. Sabe qual é?
- Não, nunca ouvi falar neles não. Como é?
- Sei lá, é rock.
- Mas que tipo de rock?
- Acho que é só rock mesmo, normal.
- Só rock?
- É. Nada muito além disso, nada muito inovador...
- Como assim?
- Rock and Roll, oras.
- Ah, tipo rock and roll antigo, assim, anos 50?
- Não, não. É dos anos 80 a banda.
- Ah, tá, então é rock anos 80.
- Depende do que você estiver chamando de rock anos 80...
- É, rock anos 80 é bem amplo, tem new wave, pós-punk, hardcore oldschool, no-wave...
- Com certeza Replacements não é nada disso aí. É só rock mesmo.
- Então é tipo Pixies, Sonic Youth, Jesus and Mary Chain, tipo primórdios do indie.
- Também não sei se eu chamaria de indie não, viu...
- Não é indie, não é nada? Que tipo de rock que é afinal, pô? Punk Rock? Hard Rock? Rock experimental? Rock de garagem? Rock-a-Billy?
- Cara, eu realmente não conseguiria enquadrar em nenhum subtipo do rock. Pra mim é só rock
- Só rock?
- É, só rock. Sem adjetivos.
- Sem adjetivos? Deve ser uma bosta.

Acho que as pessoas se esqueceram de como se faz rock and roll

Pigs Butterflies

Pensando bem, é melhor dizer "cerveja, acabou o amor" do que "amor, acabou a vodka".

O amor não acaba. Ele só muda de endereço.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Frito

Do pináculo da mais alta complexidade do universo tudo pode ser visto com clareza. Uma clareza que revelava um futuro permeado por um mau agouro. O bater das asas de uma borboleta não vai causar um furacão, mas até o mais insignificante dos seres vivos consegue desencadear uma tragédia nesse mundo de infinitos blocos em cima de blocos. É o topo, ao menos dessa montanha. Não existe para onde ela possa crescer sem que tudo a sua volta precise desmoronar, pedaço a pedaço.

Eu estava assistindo a mim mesmo, enquanto pensava nisso. Eu pensava, acho. Talvez estivesse recebendo alguma mensagem de uma entidade superior. Ou de Deus. Talvez de ambos, já que Deus é uma entidade superior. Ou deveria ser. Mas alguma coisa que me diz que ele é pior do que eu toda vez que leio a Bíblia. Claro, se existe algo maior que nós, ele provavelmente não pensa como um bando de profetas do deserto em abstinência sexual.

Renata olhou pra mim. O nome dela era uma representação ou um significado? Um signo. Perdida, acho que eu conseguia ouvir o que ela pensava naquele instante. Algo sobre o meu rosto estar derretendo. Parecia tensa. Sorri e tentei dizer algo pra acalmá-la. Mas ela entendeu antes que qualquer coisa saísse da minha boca.

Tudo nunca havia parecido ser tão insignificante. O mundo cabia na minha mão. Mas eu não era maior que nada, eu só compreendia. Tudo? Talvez nada, mas sempre simultaneamente, como se as conexões mais improváveis fizessem sentido. Em ordem alfabética. Um deleite absorto tomava conta.

Naquela hora eu reinventei a mim mesmo. Como uma palavra troca de grafia e significado através do tempo. Havia chegado a minha vez, como se tudo esperasse por aquele momento. Nenhum sábio, filósofo ou cientista sabia o que se passava ali. Minha própria iluminação. Nada mais precisava ser dito. Paz. Nada mais precisava ser feito. Dentro do casulo que havia se formado, os pensamentos só abriam caminhos circulares. Um loop infinito.

Mas Renata não entendeu. Me olhou com preocupação, equivocada sobre a mim. Disse coisas que eu não ouvi, e nem queria. Apontei pra uma pedra. Queria que ela se sentasse. Coisas aconteceram, nenhuma mereceu minha atenção. Nada importava como nada importa.

O Nirvana tem paredes brancas.