quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tropa de Elite Facts

“Ó o presunto!”

Eu tava errado. No Tropa de Elite não tem Rambo, mas sobra Jack Bauer. A ONG, os universitários, a aula de sociologia, tudo muito caricato, 0 ou 1, mas é a visão dos PMs sobre a realidade. É legal humanizar os caras, sentar o dedo na ferida de todo maconheiro e ainda pagar lição de moral pra sociedade em geral. Mas fala aí, é isso? Quem aplaudiu as atitudes dos policiais tem problema - na cabeça ou no cólon. Porque tudo isso aí em cima tá bem pequeno em relação ao que o filme esfrega na cara de todo mundo: pro cara virar PM de verdade tem que meter tapa e saco plástico na mulher do traficante, querer enfiar cabo de vassoura no c* de vapor ou executar nego com um tiro de dozão na cara.

É, os caras fazem isso pra eu e você dormirmos em paz.

Será? Um dia, o fogo cruzado vai chegar até aí na sua porta. Se é que já não tá.

Eu fui no lançamento do Elite da Tropa aqui em Belo Horizonte. Os caras falaram por alguns minutos de como foi escrever o livro e da experiência de servir no BOPE. Um deles, por sinal o que saiu, não acredita mais na PM do Rio e acha que ela tem que ser extinta.

“Essa é da boa. Safra Roche® legítima de 1998.”

Usuário financia o tráfico, é fato. Então galera eu tenho a solução perfeita pra consciência de vocês e é mais tranquila do que legalizar, como sugere o Bressane: financiem a indústria farmacêutica. Ao invés de irem ao morro buscar um pó ou um brau, corram na farmácia e peçam uma tarja vermelha ou preta. Vai de ritalina? Vai de diazepam? Codeína? Benflogin? Se você for da paz tem um prozac esperto também. E se quiser efedrina é só dar um pulinho na loja de suplemento pra maromba. Qualquer uma te vende um potão por cinquentinha.

As drogas estão por aí desde os primórdios, e não vão sumir nem quando matarem todos os traficantes. O ser humano precisa delas. Lícitas ou ilícitas. Medicinais ou recreativas. A proibição é cultural, é política, é uma desculpa pra cambada ganhar votos prometendo o que não pode cumprir e ignorar o problema monumental de saúde causado pela dependência química - sejam da farmácia ou do morro. Em tempo: o Brasil já lidera o ranking no consumo de anfetaminas. Antes isso, ao menos todo mundo vai ficar magrinho.

6 comentários:

Rogério Brittes disse...

Seria interessante tentar fazer um levantamento: quem mata mais (direta e indiretamente): o tráfico com suas drogas ilegais que causam overdose e violência nas favelas; ou a indústria farmaceutica com suas drogas legais (construídas através de testes em animais e biopirataria) que causam câncer, dependência e concentração brutal de renda (afinal de contas, trata-se de um oligopólo zilhonário)?

Mas não daria pra fazer, pois as ligações entre o mundo das drogas ilegais e legais são mais estreitos do que a gente acha: pra começar boa parte das drogas ilegais (heroína, metadona, lsd etc) foi criada em laboratórios farmaceuticos por Roche & cia. além disso, o consumo de tarjas pretas sem receita (ou com receita falsa) é uma espécie de consumo de droga ilegal, ou tráfico (alguém consegue realmente ver muita diferença entre um usuário de Bala e um usuário de Dualid?).

isso dá um texto hein... quem sabe no futuro.

Anônimo disse...

Pra mim nem é uma questão primária culpar os laboratórios. Parto do pressuposto que eles são geridos filhos da puta que tratam saúde primariamente como negócio, então se estiver vendendo, ok.

Acho legal é de usar esses fatos pra mostrar como, você bem apontou, que a tragetória das drogas legais e ilegais está intimamente conectada - seja na história ou no perfil do usuário.

Rola sim um texto. Já tô bolando uma apliação desse que postei aí pro Overmundo.

Locadora do Werneck disse...

Vocês estão se esquecendo de um ponto importante: a luta do governo contra o tráfico é uma luta de classes, de um estado capitalista contra grupos socialistas que pregam o comunismo nas favelas (talvez não com esse nome) e usam táticas de guerrilha aprendidas com os veteranos comunas dos anos 1960. As drogas são apenas a principal fonte de renda desses grupos terroristas, mas o motivo principal porque a Igreja e o Estado os combatem não tem nada a ver com overdose. É tudo uma questão ideológica velada e disfarçada pela imprensa.

Anônimo disse...

Perna, cê tá zoando né?

O esquema marxista da Falange Vermelha e etc, já foi se embora há muito tempo - todo mundo que fundou tá morto e enterrado. A geração nova não tem nada disso. Os caras querem o Mizuno e o Red Bull deles. Querem piscina e umas lora. Tem nada de ideológico mais não.

Rogério Brittes disse...

luta de classes acho pertinente, mas comunismo X socialismo é meio inocência acreditar, imho.

Bernardo Coelho disse...

Bom, os caras querem ter o que a sociedade não proporciona. E o governo quer oprimir por que é uma parcela bem grande da sociedade sobre a qual ele não tem controle. Então sim, é uma luta de classes bem óbvia.

Mas a parte do comunismo, de fato, é exagero.