tunts-tunts
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Para mim o conceito de "morte rock and roll" é uma mistura de 1. o quanto eu gostaria de ter essa morte (sendo que quanto mais eu invejar a morte, mais rock and roll ela é) 2. quantos % do corpo do morto sobraram para o enterro e 3. a motivação da morte (i.e. suicídio é a coisa mais não-rock-and-roll do mundo).
Sendo assim, vejamos as 5 mortes mais rock and roll da história do rock:
5. Karen Carpenter (The Carpenters) - Anorexia
Karen Anne Carpenter e seu irmão Richard formavam a dupla perfeita da música pop: brancos, cristãos, afinados, fofinhos, eles eram tudo que a música pop queria nos anos 1970. No entanto, o que parecia um sonho de ternura escondia uma mulher de verdade, com anseios e problemas que a sociedade americana daquela época não estava disposta a expôr na mídia. Sua morte em 1975, provocada por um distúrbio alimentar, forçou um debate sobre o tema, justo em uma época em que as dietas milagrosas comandavam. O problema persiste até hoje, e o caso Carpenter entrou para a história do rock como um dos mais chocantes relatos de contraste entre a imagem do artista e sua vida real, além de ser um exemplo trágico do que o sucesso pode fazer com as pessoas.
4. Richie Valens, Big Bopper & Buddy Holly - Acidente de avião
O episódio que ficou imortalizado na canção de Don McLean como "o dia em que a música morreu" foi um dos maiores traumas da história do rock e pode ser considerado um marco divisório entre a fase inicial do rock romântico e inocente dos anos 1950 com o rock sarcástico e realista da primeira metade dos anos 1960.
No dia 3 de Fevereiro de 1959, em Clear Lake, Iowa, um pequeno avião caiu em meio a uma forte tempestade. Dentro viajavam, além do piloto Roger Peterson, os rockeiros Charles Hardin Holley, Richard Steven Valenzuela e Jiles Perry Richardson Jr., três ídolos da juventude naquela época e que tiveram suas carreiras todas interrompidas ao mesmo tempo, graças ao péssimo planejamento da turnê "The Winter Dance Party", que marcou shows em 24 cidades sem se preocupar com a ordem em que eles iriam acontecer. Por causa disso, os artistas tinham que viajar longas distâncias em um ônibus com aquecimento quebrado. Logo no início da turnê, o baterista Carl Bunch teve os pés congelados e foi hospitalizado.
Com o saco cheio de passar frio no ônibus, Buddy Holly e banda decidiram contratar um avião para viajar até a próxima cidade da turnê. Antes da viagem, ambos os integrantes da banda se safaram da morte trocando seus lugares por dois outros headliners da turnê: Waylon Jennings cedeu seu lugar a um gripado Big Bopper, enquanto Ritchie Valens, que nunca tinha viajado de avião, conseguiu ficar com o lugar de Tommy Allsup no avião, em um prosaico cara-ou-coroa. O outro cantor principal da turnê, Dion DiMucci, da banda Dion & the Belmonts, também foi convidado por Buddy Holly a viajar no avião, mas ficou com vergonha de pagar $36 dólares pela viagem. Sua humildade, a gentileza de Jennings e o azar de Allsup acabaram matando, sem querer, os três ídolos juvenis e marcando para sempre a trajetória do rock and roll.
3. Marvin Gaye - Assassinado pelo próprio pai
Durante os anos 60, Marvin Gaye foi o maior cantor da gravadora Motown, emplacando sucessos como "I heard it through the grapevine" e "Ain´t no mountain high enough". No entanto, sempre antenado com seu tempo, no final dos anos 60 Gaye ficou entediado com o sistema Motown de fazer música - regras estritas que criavam hits garantidos no rádio. Em 1971, contrariando crítica, público, amigos e patrões, lançou um disco genial chamado "What´s Going On", um marco na música pop que definiu de uma vez por todas a vocação da soul music e do funk ao comentário social e a temas mais maduros, ao invés do mesmo baby-eu-te-amo de sempre. Gaye teve uma vida conturbada, cheia de altos (vários hits, milhões de discos vendidos) e baixos (a morte de sua parceira Tammi Terrell em 1970, o divórcio em 1978, a falência total em 1979). Em 1983, fez sua última turnê pelos EUA, e então refugiou-se na casa dos pais, lutando contra a depressão e as drogas. Apesar de tudo isso, e das várias tentativas de suicídio, Gaye morreu em 1984, assassinado a tiros, dentro de casa, pelo próprio pai, durante uma briga sobre os negócios da família.
2. Mark Sandman (Morphine) - Ataque cardíaco em pleno palco
Na verdade essa lista nasceu porque eu estava pensando em como deve ser paia morrer velho, com esclerose múltipla, em coma... e que deve ser muito mais doido fazendo alguma coisa que você gosta muito. Então eu me lembrei do Mark Sandman. Morrer de ataque cardíado é uma coisa. Morrer de ataque cardíaco no meio de um show, é outra. Ele tinha 47 anos de idade, e provavelmente fumava, cheirava, bebia e tudo mais. Foi uma morte digna, de guerreiro: tombar no campo de batalha durante o combate. Poucas pessoas podem se dar ao luxo de morrer como viveram.
1. John Entwistle (The Who) - Overdose aos 57
Só tem uma coisa mais rock and roll do que morrer de ataque cardíaco no meio de um show aos 47 anos - morrer de overdose aos 57 anos com duas putas em um hotel de Las Vegas. Durante toda sua carreira, Entwhistle era "aquele baixista quietinho do Who que nunca fala nada e fica o show inteiro paradão". Obviamente, apenas fãs idiotas pensavam isso. Entwhistle era um porra louca como outro qualquer, fazia shows fantasiado de caveira e ainda mandava aquela voz de capetão em "Summertime Blues" e "Boris the Spider". Além disso, tinha mais de 200 baixos, e tocava com uma distorção que muitas bandas de metal teriam medo de usar. Sua morte é um exemplo para todos nós, que esperamos morrer antes de ficarmos velhos. Ele, com certeza, conseguiu!
Nota do editor: essa lista é obviamente uma grande baboseira, como toda lista sempre é... se você discorda ou tem sugestões de mortes mais rock and roll, deixe um comentário!!
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Flickr, My very best of
Quando o Photolog se popularizou por essas bandas, em meados de 2oo2, eu costumava a freqüentá-lo pra ver fotos bacanas feitas por fotógrafos profissionais - e também de algumas garotas com ego gigantesco e, hmm, algum talento. A coisa foi virando febre, o serviço piorou, o site ficou cheio de anúncios e pouco a pouco os bons fotógrafos foram abandonando o inferno que tinha se estabelecido por lá. As garotas, ao contrário foram aumentando em quantidade e variedade e o Photolog virou um grande espaço pra paquerar e fazer rasgação de seda, como eu pude comprovar durante o ano que usei a lan-house aqui do lado.
Pra felicidade geral outro serviço, o Flickr, voltou a ser usado por bons fotógrafos. Eu já freqüentava o blog do site pra ver os destaques por lá, e também as galerias de alguns amigos e conhecidos. Desde que eu comprei minha pequena e insignificante Canon Powershot A540 fiz uma conta lá pra ir postando minhas fotos enquanto aprendo alguma coisa. O Flickr é muito mais funcional pra isso do que o Photolog em grande parte devido aos grupos, comunidades enfocando estilos e temas fotográficos onde há um pequeno fórum e uma "pool" onde os membros podem ir jogando suas fotos - de acordo com certos critérios. Isso permite que você possa escolher que tipo de fotografia deseja ver e também submeter as suas à avaliação de terceiros, que geralmente dão alguns conselhos interessantes.
Como também é possível adicionar membros como "contatos" e acompanhar todas as novas fotos postadas por eles, você sempre pode acompanhar aqueles que você considera que valem à pena.
E, pra mim pelo menos, outra grande vantagem do Flickr é que ele tem um caráter realmente global. É possivel encontrar boas galerias de pessoas de qualquer cultura e religião do mundo. A título de exemplo, eu acompanho alguns japoneses, um , chineses, dois paquistaneses, um brasileiro que mora na Tailândia, um indiano sikh(!), um iraniano, e por aí vai. A maioria deles fotografa bem, mas o que me interessa mesmo é ter alguma noção do que eles vivem por lá, a maneira que vêem o mundo - e outras afetações antropólogicas, blablablabla.
Segue uma amostra do que me empolga no Flickr, seja pela qualidade da fotos, seja pelo conteúdo.
Tatiana Cardeal
http://flickr.com/photos/tatianacardeal/
Astrocruzan
http://www.flickr.com/photos/cruzan/
Felipe Magalhães
http://www.flickr.com/photos/felmagalhaes/
Tetsuya Kusuyama
http://www.flickr.com/photos/slashstyle/
Snjezana Josipovic
http://www.flickr.com/photos/snjezanaj/
SakSak
http://www.flickr.com/photos/saksak/
Alexandre Magalhães
http://www.flickr.com/photos/alexmagalhaes/
Puja Parakh
http://www.flickr.com/photos/puja/
Chieska Fortune
http://flickr.com/photos/smallfortune/
Os Invisíveis
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Recomendação #17
Quando fui convidado para participar do Corona, imediatamente me veio a mente escrever sobre histórias em quadrinhos[1].
Mas feita a convocação às armas, as turbulências do dia a dia me fizeram esquecer do blog por duas ou três semanas. No entanto, minha idéia original era fazer um post humilde e gentil de apresentação e falar um pouco de Jimmy Corrigan or The Smartest Kid on Earth. Quando entrei ontem no site depois de uma intimada cortês do Bernardo, minha estratégia de aceitação no grupo veio abaixo, já que alguém havia escrito sobre o Jimmy Corrigan, e bem melhor do que eu faria. Não conheço o Cláudio, mas começou mandando muito bem no post sobre o Chris Ware.
Assisti ano passado ao Ghost World, filme bem bacaninha sobre duas garotas, uma geek e a amiga descolada dela (Scarlet Johansson em 2001, com 17 anos), e alguns ritos de passagem na vida delas, no momento transitório entre a adolescência e a vida adulta. É na verdade bem menos clichê do que parece, e a caixa do DVD dizia se tratar da adaptação de um quadrinho indie. Achei legal e fui procurar na Amazon. Não sei se o Jimmy Corrigan foi um dos pacotes que a loja ofereceu ou se vi em alguma lista de recomendados, mas uma história urbana de desilusão, solidão, e alienação parecia interessante o suficiente para valer a compra.
The Smartest Kid on Earth ganhou um Eisner por seu design, mas é a união entre arte e narrativa que fazem essa graphic novel ser uma das histórias mais poderosas que eu já li. Não são só brincadeiras no Ilustrator: cada centímetro da obra é aproveitada, carregada de simbologia e uma ironia afiada, as armas narrativas que se tudo der certo, vão te fazer ficar triste e chorar.
Chris Ware quer contar uma história sua para todo mundo que já se sentiu desesperado, sozinho ou distante. Não é uma história fácil de ler, nem é recomendada para alguns momentos da vida. O autor sabe disso, e não deixa de atacar os hipsters que se interessam apenas por ter o livro para se sentirem mais legais ou modernos, e recomenda na excelente “General Instructions”:
“The book need not be read at all, but simply placed on display as a symbol of one´s youthful exuberance, like a flashly motorcar, or the music of the American south, performed by an aristocrat”.
[1] Bem, essa é uma meia verdade. Eu queria mesmo era escrever sobre música. Mas tenho preguiça, por faltar uma certa virtuosidade, ser pobre de adjetivos (admito que tenho dificuldade em extender meu vocabulário de adulação musical para muito além do “essa guitarra é do caralho” ou ofensas brejeiras do tipo “ao invés de ouvir esses viados de terno e All-Star, você devia era catar um torrent com a discografia do Velvet Underground”) e francamente, acreditar que tem muita gente por ai fazendo isso muito melhor que eu faria. Mas vou escrever sobre música também, ou assim eu espero.
Perguntas pertinentes
Depois de analisar o seguinte site:
http://rioforpartiers.com/portugues/food/comida_rua.htm
fiquei com algumas dúvidas e gostaria de pedir aos amigos leitores e colegas de escrita que me ajudassem a responder:
- O que é um triângulo de origem árabe?
- Por que o pastel frito parece um "bolinho" e o assado é uma "torta dobrada"?
- Desde quando "pizza dobrada" fica triangular? Pizza quadrada caiu em desuso no século III.
- "Lanche árabe frito de trigo" - o que é "frito de trigo"?
- Por que algumas pessoas insistem em chamar macaxeira de aipim?
- Esse cara já comeu algum croissant na vida? Ela fala croissant 3 vezes no texto e em nenhuma das 3 faz sentido.
- Em que planeta as pessoas recheiam pão de batata com galinha??
- Por que só o misto quente tem sombrinha?
- Por que "hambúrger" tem acento e "X-Burger" não?
- Qual é o problema de passar o salsichão no vinagrete?
- Que pimenta é essa que não devemos comer com o "bolo de peixe"?
- Por que o doce de leite é mais rico que o caramelo?
- Torta dobrada???
- Que espécie de troglodita faz folheado de espinafre?
Ai. Chega. Não agüento mais!! Top5 sites mais sem sentido que eu já vi!!!
domingo, 19 de agosto de 2007
O Código Veevee
A observação imediata desta foto nos remete a uma das imagens mais presentes e importantes do repertório imagético da cosmologia ocidental judaico-cristã: A Última Ceia, aqui apresentada em sua mais célebre variante, pintada por Leonardo DaVinci.
Olhem bem para cada figura. Ambas possuem uma composição semelhante, na qual os atores se distribuem horizontalmente ao longo de uma mesa, durante uma refeição noturna, uma ceia. Em ambas, um personagem humano central funciona como punctum saliens: um homem barbado e de aparência serena. Na pintura, Jesus Cristo de Nazaré; na foto, Rafael Barbi do Jaraguá. Também nos dois casos, o alimento presente na mesa é o pão (de queijo) é o vinho (de cevada / de trigo). Há uma inversão interessante: no quadro, as janelas apresentam montanhas gloriosas às costas dos personagens, ao passo que, como todos sabemos a janela com as montanhas de Minas encontravam-se à frente dos personagens da foto (quem já foi na casa do Theo sabe). Entretanto, permanecem as portas nas laterais, simbolizando os múltiplos porém finitos caminhos da cristianismo.
Raul é o mais afastado de todos, apesar de não estar na extrema esquerda, de forma que representa Bartolomeu. Há semelhanças entre a história de Bartolomeu e de Fu, sobretudo o fato de que o primeiro viajou à armênia após Pentecostes para divulgar a palavra de cristo, e Fu viajou através da Europa a fim de divulgar o BreakCore.
Mário é o único a olhar para trás, mirando Sara da mesma maneira como Judas Iscariotes encara João, filho de Zebedias. Lembremos que Sara faz Belas-Artes, e João é o padroeiro dos pintores e artistas. Mário, assim como Judas, é um traíra.
Rafael Rocha posa a mão sobre o ombro de Julia, como Santiago Menor posa sobre o de Pedro. Aqui parece haver uma inversão dualística, pois Rocha obviamente está mais próximo a Pedro, para quem Jesus disse "Tu és Rocha e sobre esta rocha edificarei minha Igreja". Júlia, por outro lado, deve ser associada a Tiago Menor não apenas por sua estatura, mas também pelo seu passado misterioso. Ambos são pouco citados na Bíblia.
Letícia, a única a sobrar do lado esquerdo da imagem, de modo que deve ser André. A semelhança física é pouca, mas podemos perceber que simbolicamente o gesto de mostrar as palmas de André se equivale ao sorriso jovial e maroto de Letícia, que com ele demonstra sua inocência. André foi o primeiro Patriarca Ecumênico de Constantinopla, e portanto estava geograficamente próximo a Bartolomeu, assim como, por morarem juntos, Letícia está geograficamente próxima a Raul.
Quanto a Jesus e Barbi, não creio que seja preciso detalhar as aproximações: ambos são venerados por toda Cristianidade.
À direita imediata de Jesus, com apenas uma mão à mostra, Erika se equivale a Tomé por estar parcialmente coberta por aquele que vêm logo à sua direita: Theo, ou, no quadro, Tiago Maior, filho de Zebedeu. Perceba como a tonalidade da camisa de Theo e Tiago se aproximam. Mais uma vez, uma inversão dualista foi operada aqui, pois Theo é facilmente associável ao ceticismo de Tadeu, ao passo que Lelê, em mudança para Londres, deve ser ligada ao místico peregrino de Compostela.
Fred gesticula enfaticamente, mais ou menos como Mateus, que parece tentar convencer os demais apóstolos presentes no recinto. Mateus era coletor de impostos, ao passo que Fred estudou Ciência Política, o que é quase a mesma coisa, dada a pentelhísse de ambas as atividades.
Rogério tem os braços em movimento, tal qual Simão, o Zelote, que, como ele, também está no canto direito da cena. Como há pouco escrito sobre Simão tanto no cânone bíblico quanto nos apócrifos, não ouso traçar associações aqui.
O mistério que resta é descobrir quem, dentre Vitor e Laura, representa Filipe, e quem representa Tadeu. Dada a proximidade entre Filipe e Bartolomeu, eu apostaria na associação entre o primeiro e Vitinho, primo de Raul, nosso Bartolomeu. Resta para Laura São Judas Tadeu, padroeiro do Departamento de Polícia de Chicago e do Clube de Regatas Flamengo.
O que estas semelhanças querem dizer? Não ouso descartar a teoria de que uma inspiração divina tenha levado ao nosso movimento e posicionamento naquele fatídico momento, assim como ao ato fotográfico desempenhado por Veevee. Afinal de contas, ainda tenho um pézinho no animismo. Entretanto, uma explicação mais cientificista baseada nas teorias sobre história e estrutura de Marshall Sahlins nos permitiria dizer que, dado o fato de que as estruturas míticas de uma cultura são replicadas na ação através da mitopráxis cotidiana, tendemos a nos colocar daquela maneira e compor a imagem à maneira de DaVinci. As diferenças entre "original" e "cópia" seriam um exemplo do alto grau de discrepância entre normas e ações comuns em sociedades de história quente, onde as estruturas são performativas, como a nossa. Neste sentido, a fotografia seria uma deformação topológica da pintura, e poderíamos dizer que ambas pertencem a um mesmo grupo de transformação.
sábado, 18 de agosto de 2007
Eu quero uma mesa limpa, com uma caneca de café fumegante.
Um pacote de cigarros e uma garrafinha de uísque.
Um painel cheio de notas, uma redação cheia de imbecis.
Uma câmera Remington.
Os informantes que não cobravam.
Bailes de gala no Automóvel Clube.
Um Opala branco.
Aquela linda garota com quem dormi em 63
......depois de ter enchido a fuça de conhaque.
Tudo de volta...
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
i'm glad that you never said goodbye
eu tentei deixar algo pra trás. no seu carro. você algum dia achou? vai lá e procura de novo. eu tentei colocar uma canção na sua boca que é a minha boca mas ainda tão sua. quando eu não voltar, já que eu não vou voltar não devo voltar e você sabe, é só falar murmurar qualquer coisa e você vai me ouvir, vai ouvir essa voz. e eu não tenho medo, eu aceitei tudo tão bem e você não tentou me ajudar e é por isso que digo isso agora. eu pensei que você talvez entenderia. como eu entendi. já que nós somos a mesma pessoa com os mesmos olhos só que mais jovens mais velhas ou mortas. as outras garotas que você beijar vão escutar a minha canção e vão saber as coisas que eu sei sobre você, nenhuma dessas coisas é ruim. não beije muitas.a canção vai ficar mais distante a medida que o tempo passar e eventualmente você não vai poder me escutar mais e eu não poderei mais confortar você.
eu deveria...eu deveria...você pode segurar a minha mão? entrelaçar os seus dedos nos meus? eu posso ver os meus ossos e os seus ossos e a árvore, ela também tem ossos. você sabia? e eu sonho os seus sonhos o tempo todo agora.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Tempo
Sem tempo e sem nada. Sem chão. Sem sal. Nada. [Des]feito de coisas sem graça, engraçado é problema dos outros. A dor não passa e todo remédio que existe só faz piorar. A tarde é quente e muito densa, lembra uma borra de café. Quente.
Frio e completamente assustado. Os recalques da infância e as controversias da adolescência parecem deliciosamente interessantes em meio ao tédio bovino que toma conta das veias. O gosto seco de nada na boca, o ar que tão denso um que tivesse faca bem amoladinha poderia cortar-lhe os pedaços.
Escovar os dentes.
DENTES
As long as you love me já não é o bastante. Não, não é. É preciso que tenha cheiro e som e gosto e tato. E preciso que se veja, que se forme, que se pegue. É preciso. Precisamente calculado e a respiração é ofegantemente invariada.
É interessante como algumas coisas funcionam. Não existe ainda nenhuma explicação científica de por que é que as vezes o tempo passa tão devagar, e algumas outras, geralmente quando mais se precisa dele, tão depressa. Pelo menos não nas ciências de verdade, aquelas com números, tabelas e formas.
Outro dia ouvi um caso estranho: um sujeito, não sei o nome dele, parado na porta de uma dessas igrejas enormes, cheias de degraus e com aquelas portas imensas perguntou ao padre que saia da missa por que é que tudo ali era tão grande. Padres provavelmente entendem dessas coisas, deve ter pensado o sujeito, mas eis que aquele padre se limitou a responder que era pra que o tempo passasse mais rápido.
É verdade que existe um certo costume entre o clero de responder enigmaticamente as coisas que não tem resposta, e ainda mais enigmaticamente as coisas cujas respostas pretendem guardar entre os muros de sua fé; mas esse enigma me pareceu um tanto quanto interessante, pois veha: será que o padre quis dizer que construir igrejas ocupava os homens, e por isso fazia o tempo andar mais rápido? Ou será que respondia ele que o simples ato de contemplar uma obra tão cheia de graças e suntos fazia o tempo parecer mais insignificante?
Talvez devesse treinar meus olhos para que de fato minha alma pudesse através deles admirar o mundo, mas ao contrário dos poetas e dos professores de biologia do segundo ano, eu não vejo em olhos muito mais do que vejo em bocas e narizes. Minhas pupilas não são os mirantes da minha alma. No máximo, quando muito dilatadas, são o espelho eterno das amenidades que jogam sobre elas.
O que me intriga mais ainda é que num mundo onde todos reclamam da falta de tempo ainda existam pessoas que procuram os famosos passa-tempos. Ora, eu não quero que meu tempo passe assim tão depressa. Eu tenho um milhão de pequenas coisas, absolutamente inúteis e insignificantes pra fazer, e gostaria de poder usar esse tempo que as pessoas gastam por aí, sem ver, que nem dinheiro de bêbado. Gostaria de poder usar o tempo que as pessoas gastam construindo aquelas igrejas enormes, cheias de degraus e com portas imensas.
Talvez a resposta não seja essa. Acho que o padre estava dizendo que o tempo é muito grande, e precisa de espaço pra poder passar. Se a porta fosse pequenininha, ele ia ficar preso dentro da igreja.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Um dia todo mundo cresce, ri disso tudo e entende toda que essa pieguice é uma forma penosa de auto-humilhação. Ok, nem todo mundo, como mostra o vídeo abaixo.
O que dizer? Senti a vergonha alheia em sua forma mais pura. Algumas pessoas deveriam ser proibidas de usar a Internet, para seu próprio bem. Porque esse vídeo é apenas uma versão extremada, outras formas mais discretas estão aí. Tipo os testimonials de orkut jurando amor eterno, ou mesmo o aqueles ensaios embaraçosos do casal no fotolog...
Mas digamos que ser barango é parte integrante da vida, todo mundo já passou ou vai passar algo parecido um dia, em maior ou menos escala - mas pra ser pior que a declaração do amigo ali, só propondo em casamento ao vivo na televisão.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Vendido #1
Duas semanas desde quando eu tinha pegado minhas coisas. Sair de casa foi o mais difícil, eu tinha me acostumado com tudo. Trinta e dois anos de idade, pouca paciência e menos vontade de viver ainda. Sempre disse que casamento era errado e ainda assim casei. Apaixonado, lógico. Só existem três condições que motivam um casamento: gravidez, interesse financeiro e paixão. Talvez comodidade entrasse nessa lista, mas acho que encosta bastante em interesse financeiro. Que tipo de idiota procura paz tentando viver com um estranho sob o mesmo teto?
Não pensei em nada disso quando disse sim. Só conseguia imaginar uma casona, um golden retriever, ela linda e dois filhos perfeitos. Em cinco anos, tudo virou um montinho de cinzas, devidamente acompanhadas de brigas horríveis.
XnX LXXsX também era apaixonada, mas nunca me deu muito crédito. Muito menos sua família, especialmente seus pais. Me odiavam, eu parecia uma mancha na vida perfeita da filhinha que eles, dois emergentes asquerosos, criaram com tanto carinho. Eu era um vagabundo pra eles todos, até minha mulher. Tudo porque não queria me matar de trabalhar 15 horas por dia, 6 dias por semana pra depois passar um mês esquiando em Bariloche e então recusei o emprego que o sogrão me ofereceu.
Mas ok, ok, ok. Isso não foi o maior dos males. Eu trabalhava, pagava minhas contas, comprei meu carro, móveis, viagens pra lugares que me interessavam e eu podia pagar. Depois de quatro anos juntos, morando num apartamento bacana, Ana decidiu que queria o mesmo estilinho emergente do papai.
Ela era publicitária, ganhava algo decente, podíamos ter feito a vida assim. Mas não, resolveu montar a própria agência usando grana do velho e me intimou a trabalhar com ela. Achava que assim ia ganhar uma fortuna. Nunca devia ter deixado ela me convencer que ia dar certo. Imagine o inferno conjugal elevado à décima potência. Agora embrulhe tudo e enfie no cu. É algo próximo do que acontece quando você trabalha do lado da sua mulher.
Sim, porque na segunda semana o respeito vai embora. Lá pelo segundo mês o sexo se torna um inferno. Ao invés de aproveitar a onda e querer trepar no escritório vocês vão seguir o inverso e trazer todos os problemas do trabalho pra cama.
E sim, no meio de todo esse caos ela ainda vai querer ter filhos. Eu justifico esse tipo de coisa com aquelas teorias de que as pessoas têm instintos de reproduzir quando estão em perigo, durante guerras, por exemplo. Porque cada centímetro da minha vida tinha virado um campo de batalha, e ela era o general nazista. Bela merda isso. Bom jeito de destruir o que cinco anos de convivência tinham erguido.
Então, um dia ela explodiu, falou o que não podia, ou não devia. Eu destrui meio quarto e depois enfiei tudo o que era importante dentro daquela mala ali. Podia ter ficado por lá, podia ter resolvido as coisas. Mas não. Joguei tudo no lixo quando deixei aquele apartamento. Me sinto péssimo, me sinto bem. Vai passar. Tudo passa.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Bonito de se ver e ler
Bem, vou pegar a onda do Rogério e inaugurar a minha participação aqui nesse blog bacaninha falando sobre aquele que é o meu quadrinista atual favorito: Chris Ware. Se alguém me perguntasse antes de 2003 qual era o meu comic book favorito, eu logo responderia: Watchmen! Mas aí eu li o Jimmy Corrigan do Ware e a minha concepção sobre até onde os quadrinhos poderiam chegar mudou completamente.
A arte de Ware reflete bastante a sua paixão pela estética americana do começo do século 20, tanto do cartoon como do design gráfico, transitando por vários estilos artísticos. Apesar disso, o modo geometricamente preciso como Ware desenha parece ter sido feito por computador, na verdade ele desenha quase que exclusivamente ao modo antigo, com lápis, papel, réguas e esquadros. Mas às vezes ele utiliza o computador para colorir as suas tiras.
Dá para notar em sua arte a influência de quadrinistas clássicos como Winsor McCay e Frank King. Uma outra grande influência de Ware é o escultor Joseph Cornell, ambos compartilham a necessidade de capturar elementos nostálgicos, de graça e beleza dentro de "caixas".
As primeiras tiras de Ware foram publicadas no fim dos anos 80 no jornal da Universidade de Austin. Além dessas tiras, Ware publicou uma sátira semanal de ficção científica chamada Floyd Farland: Citizen of the Future, que foi lançada em 1988 no formato comic book encadernado pela Eclipse Publishing. Uma curiosidade aqui é que anos depois, Ware recolheu todas as cópias disponíveis e as queimou porque ele considerava o livro amador e infantil.
Enquanto ainda estava na faculdade, Ware atraiu a atenção do famoso quadrinista e design Art Spigelman, que o convidou para contribuir com sua influente e antológica revista, Raw. Isso o fez famoso e fez surgir o grande laço entre o artista com a editora, que talvez seja a favorita de quem vos escreve, Phantagraphics Book. Sua série na editora, Acme Novelty Library, desafiou tudo o que já havia sido feito na área. A série era uma compilação de coisas feitas por Ware na época de faculdade e também de material novo. Depois de lançar o número 16 da série, Ware começou a publicar sozinho o seu material, mas sempre contando com a Phantagrapics para a distribuição.
Ware ganhou vários prêmios durante a sua carreira, que inclui o de melhor comic book em 1999 pela Associação dos Cartunistas Americanos pelo Acme Novelty Library.
Mas eu realmente gostaria de falar sobre o melhor comic book de todos os tempos: Jimmy Corrigan, the Smartest Kid on Earth.
Publicada em 2000, a história, que era uma série no Acme Novelty Library, é sobre Jimmy Corrigan, um cara solitário, beirando os 40 anos, que conhece seu pai pela primeira vez em uma cidade de Michigan, durante a semana de Ação de Graças. Jimmy é um personagem estranho e triste com uma mãe controladora e com uma vida socialmente limitada. Jimmy tenta escapar da solidão atravez de uma imaginação fértil que o coloca em situações bizarras.
A história explora temas como descontentamento e alienação, principalmente dentro das familias. Alguns elementos são autobiográficos, principalmente na relação entranha entre Jimmy e seu pai (Ware conheceu seu pai somente uma vez enquanto ele escrevia esse livro).
Nesse livro como nos outros, Ware carrega a história com simbolismos e narrativa visual, explorando e demonstrando o poder dos quadrinhos. Muitas páginas não têm uma única palavra, e outras contêm complexos diagramas icônicos. Um dos principais leitmotivs do livro são o robô, o pêssego, o cavalo em miniatura e a figura defeituosa do Superman.
O livro ganhou o oscar dos quadrinhos, o Prêmio Eisner de melhor design de publicação e melhor novela gráfica. Recomendo para qualquer pessoa que não só aprecia a nona arte, como também gosta de exercitar seu senso estético com obras geniais como essa.
domingo, 5 de agosto de 2007
Feio, Forte e Formal
Tinha histórias de RanXerox (escritas pelo italiano Liberatore), um andróide nervoso e mal-humorado que espalhava violência gratuita pelas ruas da Roma do futuro, e namorava Lubna, uma junkie de 12 anos. Com imagens bem explícitas de sexo e gore.
Tinha a saga de Peter Pank (do espanhol Max) lutando com seus garotos perdidos e cheiradores de cola contra piratas rockabilly, numa terra do nunca cheia de hippies nojentos.
Tinha os casos do detetive particular Johnny Nemo (dos britânicos Milligan & Ewins), um fumante inveterado que usava terno new-wave, moicano e um senso de humor irônico para resolver seus casos, sem a menor delicadeza, em um futuro absurdo. Me parece ser uma grande inspiração para o Spider Jerusalem de Transmetropolitan.
Tinha Patrick Lambert, uma espécie de Corto Maltese mal caráter e praticante de Vudu que tentava golpes milionários em Lagos (essa é dum cara que chama Matthias Schulteiss, alemão).
Era tipo a Heavy Metal, a Cannibale ou a El Víbora, só que brasileira e barata. E no meio dela ainda vinha um encarte muito foda chamado "Mau - Feio, Sujo e Malvado", que era um fanzine em papel jornal com resenhas de shows underground da época (Pin Ups, Sepultura, Volkana...); contatos para outros fanzines (inclusive o então-nascente Midsummer Madness); quadrinhos de gente como Fábio Zimbres e Newton Foot, Adão Iturrusgarai e MZK; matérias sobre música, eco-terrorismo, besteiras e putaria; anúncios underground que hoje soam nostálgicos (da Cogumelo Records e da Fluminense FM, por exemplo); e uma central verificadora de boatos, de onde eu copiei meu último post ali em baixo.
trajetos II
existe um homem
mas eu não sou a minha própria salvação eu não posso estar perto dele
eu vou te deixar. eu vou te deixar e isso não vai demorar pra acontecer. a gente acabou por pelo menos algum tempo. e eu sei que a gente foi feito pra estar junto é trágico não? não conhecer, não saber de outra coisa. eu vou te deixar. eu vou voltar daqui 20 anos, quando eu estiver velha demais pra ter filhos. eu vou voltar quando a sua esposa, a quem você nunca amou, estiver morrendo. eu vou voltar por você. eu vou, eu prometo. eu sei que já vai ser tarde. eu sei, eu simplesmente não posso e eu não me importo mais. eu nunca te amei. nunca. nunca foi amor suficiente.
nós poderiamos perder nossa linguagem.
nós poderiamos
e talvez você pudesse parar de se desculpar. talvez você pudesse parar de falar em círculos. você esbarraria em mim quando estivessemos andando por aí, e eu iria sentir isso. s e n t i r
e se perdessemos a nossa linguagem talvez usassemos a nossa pele.
mas isso não vai acontecer nos próximos 20 anos, 20 anos comigo não sabendo onde você está, 20 anos de mim mesma e outra pessoa e eu, e toda a música.
eu estou tentando, eu sei, você não acha que eu estou mas eu estou tentando e vou continuar tentando.
nossos amigos
eles não vao notar minha ausência.
nossos amigos
eles não vão lembrar disso em nenhum momento
nossos amigos
você ainda vai ver eles?
eles terão filhos logo
e todos eles vão ter algo de mim e algo de você
todos eles vão te amar
se eles te conhecerem
e você vai ensinar coisas a eles.
eu sei que agora você já sabe que eu menti. eu sei que você sabe que eu menti porque eu sei que menti e eu minto muito mal. você sabe disso não sabe? eu disse que não estava pronta. e você me deixou. você me deixou, naquele lugar com os nossos amigos
nossos amigos que não lembrarão meu nome
que não lembraram minha pele
nossos amigos com filhos. gatos. cachorros.
não é nem as minhas mentiras, e nem a sua pouca paciência. eu posso lidar com ela, eu posso.
e eu saí e fui dar uma volta. a menina da livraria, ela era tão gentil. eu podia jurar que conhecia ela de algum lugar. eu soube que ela gostou de mim. eu quis que a gente pudesse ser amiga. eu quis muito. ela me lembrou você. ela sorria como você.
a primeira vez em que ela me viu entrar, nós passamos uma pela outra de cabeça baixa. nós nos reconhecemos
ela disse
oi
eu sorri
nós somos boas amigas agora, coisa que eu e você talvez nunca seremos. nós estamos bem próximas esses dias.
eu vou deixar você. eu vou deixar você assim que eu terminar essa carta. eu vou deixar você e não vou voltar por 20 anos. nós nos veremos andando pela cidade você não vai me reconhecer mas eu vou sempre saber como você está você vai estar sempre o mesmo eu vou esbarrar em você de propósito e vai doer e você sabe. eu vou dizer ai e praguejar e você vai voltar pra 20 anos antes você vai lembrar como você costumava rir de mim quando eu ficava brava. e nós vamos tomar um café e relembrar. eu vou perguntar se você tem vontade de ter filhos. você vai me dizer que tem quatro e eles estão até bem crescidos. eu vou chorar e você vai colocar a mão no meu ombro e 20 anos depois você continua com medo de me tocar eu continuo com medo de ser tocada por você. e você vai deixar que eu só te olhe um tempo e isso seria realmente bom porque eu não quero estar com você eu só quero ver você. eu vou andar atrás de você e nós vamos chegar na sua casa e um dos seus filhos vai abrir a porta pra você. a mais nova vai ter o meu sorriso eu vou gostar dela tanto e vou querer observá-la mais e vou rir de como ela é desejeitada e vou tentar subir na árvore do quintal igual ela tanto faz e vou cair eu fiz isso um milhão de vezes. você me segurava quando podia, mas não podia sempre. eu vou precisar de alguns pontos e vou ficar com os olhos arroxeados é assim que eu fico bonita pra você. é assim que eu me sinto perto de você. eu nunca te contei isso.
eu só queria que você soubesse. você tem que saber, que eu vou. eu vou voltar pra você quando for tarde demais porque é importante.
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Departamento Verificador de Boatos
* A banda Antrax virá ao Brasil, ainda este ano.
* Suicidal Tendencies é que virá e não Antrax.
* Cindy Lauper fará shows aqui, em novembro
* Lobotomia, histórica banda de hardcore, assinou com a independente mineira Cogumelo, e no momento em que esta nota estiver publicada, o disco já deverá estar pronto.
* As Mercenárias preparam seu retorno aos palcos.
* De Falla (sem Biba, a baterista) sai da BMG e vai pra Devil.
* Biba, a ex-baterista do De Falla, pepara seu primeiro disco solo com muito acid house.
* Pink Floyd no Brasil.
* Volta da Magic Slim, "revelação" do Festival de Ribeirão Preto.
* Retorno da banda Smack. Aconteceria no show de lançamento do disco Sanguinho Novo, e, que diversas bandas reinterpretam músicas de Arnaldo Dias.
* Nouvelle Cuisine parte para temporada em New York.
* Volta ao Brasil da banda Guanabatz
Se por acaso você, leitor, souber de algum boato, nos telefone ou escreva. Mesmo que seja um boato muito idiota. Nós agradecemos.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Justiça para Ali Babá!!!
Infâmia! Não sabem eles que Ali Babá não é senão um pobre diabo que passa a perna nos ladrões? Ele é sim o herói da história, e não um ladrão-mor.
Isso é um sintoma típico do anti-arabismo invocado pela mídia estadunidense que pouco a pouco transforma o Brasil em mais uma nação anti-islâmica e anti-árabe.
Ou vocês não notaram que os quibes e esfihas estão desaparecendo das lanchonetes? Hein? Hein?
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
q
- e o fred com câncer no êstomago né?
- é. já são quinze pras cinco. vamo que tá na hora.
diálogo da mesa ao lado enquanto eu comia um pedaço de cheesecake hoje de tarde. sem gaps. medo.
Dois irmãos - Parte I
Qual não foi o meu espanto ao descobrir que ambas as explicações estavam erradas. Um breve, porem esclarecedor estudo histórico, revelou que o império Dois Irmãos é muito mais antigo e prolífero do que imaginava, e tem suas raizes na Áustria, e na figura do grande Arqueduque Francisco Ferdinando seu fundador.
Ferdinando era filho da nobreza, isso todos podem imaginar, o que muita gente não sabe é que nasceu de um parto extremamente conturbado, que custou a vida de sua mãe e de seus dois irmãos que nasciam naquele mesmo dia. Um dos raros casos de trigêmeos univitelinos, o arqueduque aprendera logo em seu primeiro dia o valor da vida, ao mesmo tempo descobria a necessidade de saber lidar com a morte.
Filho de tragédia tão grande, seu pai o criava com muito esmero e dedicação, muitas vezes com cuidados exagerados. Quem adentrava o castelo dos Ferdinando encontrava logo uma criança de aparelho nos dentes, botas ortopédicas, pescoceira corretiva e geralmente besuntada de protetor solar a base de óleo de ríncino (seu pai acreditava que o sol havia sido o responsável pela morte de seu avô, o Arqueduque e general de brigadas Genival Gerioswaldo Ferdinando. Os médicos ainda hoje se perguntam se foi, de fato, algum tipo de cancer de pele ainda não descoberto à época o responsável pela morte).
Constantemente cercado por médicos, e por um insuportável odor de óleo de ríncino, o arqueduque teve uma infancia solitária, pois as outras crianças nunca o deixavam participar das brincadeiras e cunhavam-lhe toda sorte de apelidos degradantes, como Francisco Fedorento ou Quatro Olhos Ferdinando. Sua infancia desgostosa empurrou-lhe aos braços da única mulher que nunca reclama: a ciência.
Estudioso implacável, Chico Fê (como era conhecido nos bares próximos ao porto da cidade onde morava) demonstrava particular interesse pelo estudo da botânica, da antropologia, da engenharia mecânica e da matemática, o que desagradava muito seu pai, que vivia reclamando ser o único nobre da Áustria que não tinha um filho médico ou advogado.
Mas Francisco não deixou-se abater. Ainda aos 17 anos foi responsável pela invenção de um instrumento que viria revolucionar a carpintaria moderna: o serrote. Com a patente de tal invenção, nosso heroi tornara-se rico em pouco tempo, e aos 19 anos já havia em muito superado a riqueza de seus pais.
Mas Chico era um espírito inquieto. O fogo que ardia em sua alma não permitiu que ele ficasse parado. Rumou no ano de 1904 para a Birmânia, onde combateu uma infestação de macacos mordedores e fundou a primeira colônia de nudismo masculino que se tem registro. Nos anos que se seguiram viajou pelo mundo. Impulsionado por sua curiosidade antropológica e por sua vontade de conhecer lugares diferentes, não existe um só país em toda a Ásia ou África que o Arqueduque não tenha visitado.
De retorno à Austria, Francisco Ferdinando percebera que hora de fazer mais. Impressionado com o recente avanço da industria automobilistica, Chiquito (como era conhecido nos restaurantes de Viena) decidira abrir sua própria montadora de Automóveis.
(continua na parte II)
is. agoragoragoragoragora.
PARANÓIA É TUDO VERDADE PARANÓIA É TUDO VERDADE PARANÓIA É TUDO VERDADE PARANÓIA É TUDO VERDADE PARANÓIA É TUDO VERDADE PARANÓIA É