segunda-feira, 10 de setembro de 2007

entendi tudo agora

- na realidade eu devia ficar ofendida se tivesse uma gota de juízo em alguma parte. devo ter, me parece, mas nunca a encontrei. não fica triste, tua dinamarquesa louca continuará te amando à maneira dela. você verá que não nos encontraremos nunca na cidade.

- já não estou tão certo. mas você tem razão, não cometamos a antiga tolice de potenciar o futuro, já bastante futuro estragado para sempre trago acumulado na cidade e fora da cidade e em cada poro. sabe, você me dá uma espécie de felicidade funcional, de razoável humanidade cotidiana, e é muito, e eu o devo só a você que é como um cavalinho cheiroso. mas há momentos em que me sinto o único, em que os tabus da raça me mostram as pinças; então penso que estou procedendo mal, que te coisifico, se você me permite o termo, que abuso de tua alegria, ponho-te aqui e te afasto, te cubro e te descubro, te levo comigo para depois te deixar cair quando é hora de ficar triste ou ficar sozinho. e você em compensação nunca fez de mim um objeto, a menos que no fundo tenha pena de mim e me conserve como uma boa ação cotidiana, teu mérito de bandeirante ou algo assim no gênero.

-mas não tenho pena de você, meu filho. uma COISA não pode ter pena de um HOMEM.

[peguei na cesta indie.]

Um comentário:

Locadora do Werneck disse...

De vez em quando eu volto aqui só pra ver o cavalinho cheiroso!!