quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Aleluia

Existem ainda algumas pessoas largadas no canto direito da sua cabeça, mas aos poucos elas também se apagam e vão para aquele lugar que se reserva às coisas em que não se quer pensar.

Aleluia.

As luzes deixam a noite com uma cor estranha, um amarelo pálido e opaco, e aqueles bichinhos que no verão se aglomeram em volta dos postes criam sombras que dançam incessantemente no chão molhado de chuva. Quando se está triste é bom ver que as coisas são tão molhadas quanto os olhos.

Aleluia.

Existe um ponto de onde não se pode voltar. Nunca. Não é um estado de espírito, é uma coisa quase física que obriga o ser humano a continuar tentando, e tanto já se perdeu quando se alcança esse ponto que não faz mais muito sentido parar agora. É o herói que entra no labirinto para salvar a donzela, e mesmo depois da certeza de estar completamente perdido sabe que não adianta voltar, e segue em frente ao encontro de um minotauro qualquer que irá devorá-lo. Não anda de cabeça erguida e peito estufado, segue olhando para baixo e com medo das sombras, pensando a todo instante que deixou para trás qualquer vestígio de esperança.

Aleluia.

2 comentários:

Bernardo Coelho disse...

Caralho, esse texto ficou tão ruim que eu estou tentado a apaga-lo.

Rogério Brittes disse...

po ta ruim nao. vc escreveu ouvindo cohen/buckley?